FELIZ NATAL

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


O Instituto 5 de Junho deseja a todos um FELIZ NATAL e um 2009 cheio de realizações.
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Concreto e sustentabilidade?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

A indústria da construção é considerada um dos principais indicadores de desenvolvimento de uma nação, representando o crescimento real das áreas urbanas, organização e reorganização dos sistemas de infra-estrutura, desenvolvimento social com construção de moradias, saneamento, malha viária e vários outros tipos de edificações, além de ser o setor da indústria e que mais emprega no país. Todavia, todo esse desenvolvimento implica em atividades impactantes ao ambiente tanto em meios urbanos, com o desenvolvimento das cidades, como em regiões afastadas, com a construção de estradas, pontes, represas, etc. Dessa maneira, enfrentar esse desafio se torna um dever de todo setor da Construção Civil.

Os processos construtivos vêm passando por constantes aprimoramentos, atendendo de maneira rápida e eficiente às demandas de mercado. Temos observado construções rápidas, com materiais leves e cada vez mais baratos em comparação aos padrões de resistência e estética apresentados, mas notamos também que a durabilidade dos componentes construtivos cada vez mais diminui. Dificilmente vemos construções feitas para durar. O que se apresenta no cenário comercial da construção é um processo rápido de edificação, mas que não visa perdurar por muito tempo. A indústria da construção se encarregou de incentivar a troca, o reparo e a reestruturação, mantendo assim o fluxo de capital e favorecendo o comércio de materiais de construção, matérias primas e insumos.


Quanto maior a quantidade de construções, maior será a quantidade de materiais empregados nas obras, o que implica diretamente no aumento da extração de componentes naturais e na produção de industrializados, como o cimento, para suprir as necessidades construtivas. De acordo com HAWKEN et al (1999)1, apenas 6% do total de matérias primas extraídas da natureza – cerca de 500 bilhões de toneladas anuais – chegam até o produto final desejado, sendo a maior parte do restante devolvido ao meio ambiente sob forma de resíduos danosos.

O concreto2 é o material mais produzido e utilizado nas construções brasileiras, sendo empregado em edificações, pontes, obras de arte, estradas, represas e outros em todo território nacional. Seu uso crescente também implica em atividades impactantes, não somente em sua aplicação, mas também em sua produção. Segundo LARANJEIRAS (2002)3 a cada tonelada de clinker produzido na fabricação do cimento corresponde, aproximadamente, a uma tonelada de gás carbônico emitida para a atmosfera. A indústria do cimento produz mais de 2 bilhões de toneladas anuais deste material, o que implica na emissão de 7% do total de dióxido de carbono lançado anualmente na atmosfera no mundo todo.

Para a produção do concreto, são também utilizados materiais como a areia e a brita, juntamente com outros aditivos minerais. Essa utilização beira o montante de 12 bilhões de toneladas anuais desses materiais. Se considerarmos, somando ao impacto da exploração, todo o processamento e transporte dessa matéria prima, veremos que todo processo de produção do concreto afeta muito desfavoravelmente o ambiente. Para finalizar, todo o processo consome mais de 1 trilhão de litros de água por ano.


A redução da durabilidade das estruturas de concreto provoca o aumento do consumo de matérias primas, produção de poluentes, gastos energéticos e custos adicionais com reparos, renovação e manutenção das construções.


As construções em concreto armado geralmente são projetadas para ter uma vida útil de 50 anos. Alguns estudos demonstram que em grandes centros, devido a inúmeros fatores, as construções não resistem aos 20 primeiros anos sem começarem processos de deterioração, sendo esse um processo mundial. A Associação Americana de Engenheiros Civis (ASCE) estimou, no ano de 2001, que o custo do reparo de infra-estrutura em concreto ultrapassou o valor de 1 bilhão de dólares nos EUA, fato que levou alguns estudiosos das tecnologias construtivas a sugerirem o aumento da vida útil das construções para, em média, 150 anos.


Aumentado a vida útil das estruturas em concreto, de maneira geral, se mostra uma boa solução a longo prazo para a preservação de recursos naturais, redução de impactos, economia de energia e aumento do potencial de extração das reservas naturais. Porém, para se obter esses resultados, é necessário a reestruturação do processo construtivo, que prega a produtividade acelerada, tornando-o propenso à preservação dos recursos, previsão de necessidades a longo prazo e maior durabilidade estrutural.

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1 Hawken, P.; Lovins, E.; Levins, H. Natural Capitalism – Creating the Next Industrial Revolution, Little Brown and CO., 1999, 369p.
2 O concreto é uma mistura homogeneizada de cimento portland (obtido da moagem direta do clinker) com aditivos minerais.

3 Laranjeiras, A.C.R.; Palestra – Estruturas de Concreto Duráveis – Uma chave para o sucesso do Desenvolvimento Sustentável, Simpósio Comemorativo IBRACON 30 anos, 2002.
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Logística reversa

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

por: Carlos Henrique Klein


Pra começar, Logística é um processo de planejamento, implantação e controle de fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas deste o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes. (BALLOU, 2006, p. 27), o processo de logística reversa é o processo que cuida do fluxo inverso de materiais, ou seja, do consumo até sua fonte.


Grande parte do desperdício é gerada pela grande diferença entre a quantidade de material descartado e de material que poderia ser, mas não é, reutilizado, sendo assim, a Logística Reversa, ou como alguns a denominam, Logística Verde, estuda as melhores formas de direcionamento do produto após seu consumo e seu possível reaproveitamento.


Cada material já utilizado carrega consigo uma quantidade de valores agregados considerável. Desde sua produção até seu descarte, temos o desprendimento de energia para sua produção, valor e rendimento de uso e importância para outros processos. Como já foi comentado em outros textos deste blog, o reaproveitamento energético de um determinado produto é de importância considerável e outros problemas como a geração de lixo e demais poluições elevam ainda mais as necessidades com o cuidado com nosso descarte. Podemos dizer que os preceitos básicos da logística verde são: tudo que não for utilizado posteriormente deverá ser re-inserido no processo atual, em outros processos ou sistemas; toda inserção no ambiente deverá gerar impacto ZERO.


Estabelecer caminhos eficientes de reutilização, reciclagem, reuso e reaproveitamento energético se torna de suma importância na consolidação de atividades sustentáveis. Mas, apesar disso, muitas empresas não trabalham com esse tipo de planejamento. O que vemos é o total desconhecimento ou mesmo abandono deste tipo de prática.


A logística verde apresenta uma série de vantagens para as empresas praticantes, podendo ser destacadas: obediência à legislação ambiental no que se trata do tratamento de produtos pós-uso; retorno de produtos à linha de produção, gerando economias; conscientização ambiental dos consumidores; diminuição dos custos com descarte de lixo. Uma empresa que realiza esse tipo de planejamento pode utilizá-lo como diferencial e obter vantagens competitivas no mercado.

A construção dos processos de logística reversa seguem estágios cumulativos:
1 – Processo reativo: a empresa trata os resíduos gerados por ela, cumprindo a legislação ambiental vigente.
2 – Processo pró-ativo: o tratamento do resíduo objetiva reduzir as quantidades geradas, otimizando processos.
3 – Processo eco-eficiente: utilização de técnicas de re-engenharia dos produtos, com a re-inserção total na própria empresa e o reprocessamento por fornecedores. Algumas empresas utilizam essa prática como fidelização de consumidores, trocando por exemplo, usados por novos.
4 – Processo de impacto-zero: nesse processo, a empresa extrapola seu ambiente operacional e utiliza toda cadeia de suprimentos (supply chain).

Na onda da preservação, a logística reversa se apresenta como ótima ferramenta e arma para implantação real da sustentabilidade.

Referências bibliográficas:

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial, 2006. 5a ed. –
Bookman.

http://www.ibralog.com.br/ler_artigo.php?cod=102
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O incrível Motor Que Queima Lixo

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

Os amantes do Cinema, principalmente os que são fãs do Spielberg ou então aqueles que gostam de uma boa produção de ficção científica, vão se lembrar de uma seqüência incrível produzida entre os anos de 1985 e 1990, a trilogia De Volta Para o Futuro (Back to the Future). No segundo filme da série, o professor inventor de uma máquina do tempo, um carro modelo De Lorean DMC-12 adaptado para quebrar as barreiras do tempo, reformulou o motor de sua invenção para funcionar a partir do consumo de material descartado, ou seja, o nosso querido lixo.


A idéia na ocasião era bastante improvável, mas durante a Exposição Tecnológica Mundial (Expowec 2008), em Brasília no dia 6 de dezembro, foi exposto um motor a combustão externa que tem como proposta utilizar qualquer tipo de material combustível para funcionar. Isso inclui, de acordo com Luiz Guilherme Wadt, pesquisador da EMBRAPA, “...biodiesel, etanol, resíduos da agricultura, madeira, carvão, combustíveis fósseis como carvão mineral e derivados de petróleo”.

De acordo com este pesquisador, o motor pode utilizar até restos mortais de pequenos animais, o que resolveria o problema energético de pequenos criadores que utilizam motores para produção de energia elétrica e não é indicado para o uso automotor, uma vez que a queima dos materiais não ocorre de maneira regulável, como em motores de combustão interna.

O conceito é interessante do ponto de vista de se recuperar a energia dos materiais. A
reciclagem se baseia no uso e reuso de materiais, aproveitando-se sua função, mas, e se imaginarmos a chance de recuperarmos a energia gasta no processo de produção dos itens que ao final das contas vai virar lixo? E, em alguns casos, que não serão reciclados? Seria uma boa iniciativa, principalmente para poupar processos de produção energética que provocam poluição ou grandes impactos ambientais. Além disso, aumentaria a demanda energética de regiões afastadas dos grandes centros.

Porém, a queima em si já se caracteriza como processo poluidor. A combustão libera compostos como o
monóxido de carbono, anidro sulfuroso e ácido clorídrico, este resultante da queima de plásticos (PVC) ou embalagens de leite ou cartões plastificados. Outros produtos derivados da incineração são as dioxinas e furanos (em escalas preocupantes), chumbo, cádmio, arsênio e cobre, sendo esses últimos encontrados em madeiras de demolição em concentrações centenas de vezes superiores às das madeiras virgens. Além da poluição do ar, o rejeito sólido produzido ainda poderá carregar os compostos poluentes ao solo, se descartados de maneira incorreta.

Segundo o professor Wadt sobre as intenções do projeto: “A nossa visão é a de aproveitar os resíduos. Aquilo que ia ser jogado fora, de repente, pode ser usado como combustível”.

Será que essa idéia vai ter futuro?
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Ensaio, insônia, natureza e um pouquinho de palavras

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

Estava com dificuldades para dormir e comecei a tentar não pensar em nada, mas o que foi bastante curioso foi a seqüência de pensamentos que vieram desde então. Liguei a televisão e vi um economista dizer na madrugada sobre a questão da economia ter começado seu desenvolvimento teórico baseado nas leis físicas, na mecânica, mais precisamente. De acordo com ele, os teóricos das ciências econômicas afirmavam que a economia era previsível, reversível e cíclica. Desta maneira, seria possível traçar os rumos da economia individual de cada região, prever seus efeitos, reverter crises e esperar até tudo voltar ao ponto zero e recomeçar o ciclo econômico novamente.


Se pensarmos que os ciclos e as atividades econômicas embasam e retratam, lembrando que eu não sou economista, os desenvolvimentos tecnológicos e o crescimento de regiões ou em níveis globais, podemos perceber que seus índices e números retratam diretamente as questões de impacto da atividade humana ao ambiente. É inegável que quanto maior o desenvolvimento, maior o reflexo impactante nos ambientes naturais. É um grande problema, digno de ser pensado em uma madrugada.


A saga do meu raciocínio continuou, comecei a lembrar de alguns conceitos básicos das ciências naturais... Isso me trouxe à lembrança uma das leis mais incríveis que a natureza poderia ensinar e que as ciências admitem e reafirmam: "tudo tende ao equilíbrio"; e o estado de equilíbrio induz a uma situação de repouso ou de movimento constante. Ampliando este conceito, poderíamos dizer que o equilíbrio é a situação onde temos o melhor rendimento para um determinado sistema, ou seja, o suficiente para não haver mudanças ou o suficiente para existir um desenvolvimento constante. De qualquer maneira, a natureza trabalha com o suficiente para se manter e tudo que é desigual provoca um desequilíbrio que prontamente é combatido pela própria natureza.


Proponho espelharmos essas leis e esses princípios para nossa vida cotidiana. Que tal imaginarmos a aquisição de um carro, de padrão médio-elevado, nada muito luxuoso, mas que agrada nosso ego e provoca boa impressão. Nosso carro pesa uma tonelada, gasta 8 litros de combustível por quilômetro e chega a uma velocidade de 260 quilômetros por hora. Vamos calcular o rendimento dessa nossa posse? Sem números, só com idéias... Temos uma tonelada de metal, plástico, óleo, circuitos e demais polímeros para transportar apenas uma pessoa que tem entre 70 e 90 quilos. O engraçado é que muitas das vezes, não existe outra pessoa usufruindo desse veículo, ele gera vapores e fumaça prejudiciais ao ser humano, que provocam poluições, seus pneus fazem parte de uma triste estatística de acúmulo de lixo não reciclado, gasto de metal, consumo de combustível não renovável (petróleo) e outras características que somente agravam a situação. Não se aproveita ao menos 15% do potencial total de um automóvel como este.


Outro exemplo interessante sobre rendimento pode ser o uso de energia elétrica. Algumas estatísticas, dados técnicos e especialistas afirmam que se ampliarmos as exigências sobre as usinas hidrelétricas conseguiríamos produzir até 20% mais de energia elétrica. Outros, afirmam que o uso consciente, doméstico e industrial, conseguiria aumentar nosso potencial energético em até 50%. Onde então está o fator dominante na nossa "crise energética"? Seria a dificuldade em produzir mais ou a capacidade de gastar menos? Capacidade de gerenciar um rendimento melhor dos nossos recursos?


Isso tudo nos mostra que não é somente uma questão de planejamento e prevenção, é uma questão de costume. É uma cultura viciada de expansão desenfreada e despreocupada que não consegue imaginar a própria situação daqui a alguns anos.


O pensador Malthus disse que o crescimento da produção de alimentos progredia em uma marcha aritmética, enquanto a população de reproduzia a taxas geométricas. O pensador estava errado, vemos uma taxa muito superior de crescimento de produção de alimentos do que a taxa de crescimento populacional. Ele afirmou também que o crescimento desenfreado da população em relação à produção alimentícia, provocaria um quadro generalizado de fome. O que ele ignorou é o fato dos recursos renováveis possuírem total capacidade de suprir a população em qualquer índice numérico, sendo assim, nosso grande problema é que somos, querendo ou não, uma espécie animal e por mais que desenvolvamos tecnologia e consigamos modificar nosso meio, ainda partilhamos das mesmas diretrizes no quesito sobrevivência. Pelo que eu saiba, não produzimos energia, não produzimos matéria e não inventamos nada que não saia, não esteja ou não se baseie na natureza. Estamos limitados em um espaço fechado, com limites bem definidos e com recursos que são impactados por nossas ações. Nosso grande problema não é o fim dos recursos, mas o impacto que causamos ao ambiente.


Não estou criticando o sistema, não estou pregando uma doutrina ou muito menos vendendo uma solução. Eu acordei essa madrugada pensando que enquanto todos pregam a sustentabilidade, todos nós desenvolvemos a insustentabilidade, de maneira viciada e completamente alienada em costumes arcaicos, contraproducentes, com baixo rendimento e à mercê de atividades altamente predatórias. A humanidade conseguiu nos últimos séculos ter a capacidade de extinguir espécies naturais (animais ou vegetais) em números próximos aos extintos pela própria natureza desde o início da vida na terra, claro que estou falando em percentuais.


Posso estar correndo o risco de parecer um naturalista fanático, o que não sou, mas nossa existência neste planeta está soando como um grande desastre ecológico que poderá acelerar o processo de extinção do homem. O que a natureza previu para daqui uns milhares, ou até milhões de anos, estamos acelerando para algumas décadas.

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Crescimento urbano e poluição

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein


Na grande maioria das vezes, quando se fala em meio ambiente e questões de preservação ambiental, têm-se em mente a imagem de campos, florestas, rios e paisagens naturais que sofrem com a degradação e exploração desenfreada. A imagem montada torna-se uma fotografia padrão para o senso comum que é bombardeada em TV, internet e outros meios de comunicação a todo instante. Poucas pessoas percebem que outro tipo de degradação e abuso natural ocorre bem diante dos olhos de todos, mas é ignorado ou deixado de lado. Essa degradação é provocada pelo crescimento e atividades urbanas em todo mundo.

As populações se mobilizam em favor da preservação de biomas, rios, parques e outros ambientes, mas se omitem ao ver que o cotidiano e a rotina urbana também provocam impactos importantes ao ambiente, desde a emissão de gases, impermeabilização de solo e produção de lixo ao problema de distribuição de água e tratamento de esgoto.

Devemos compreender que “ambiente” significa o lugar, o recinto, o meio em que vivemos e compreende não somente as áreas selvagens ou naturais e suas reservas, como também os espaços urbanos. De maneira direta ou indireta, as atividades humanas nas cidades provocam impactos ao ambiente natural. Desmatamentos, crescimento desordenado, impermeabilização do solo, desrespeito às leis ambientais, que provocam impactos em leitos de rios e córregos, têm influência direta em fenômenos de enchentes, lixiviação, processos erosivos e outros. Por conseqüência, estes problemas provocam outros, desconsiderados pela população em geral, como infiltração de água contaminada ou vazamentos na rede de distribuição de água potável, carregamento de lixo e sólidos para os leitos de rios, aumento do volume de água de arraste (enxurrada) nas vias urbanas dentre outros.

Destacam-se também a gigantesca produção de lixo e seu dificultoso tratamento, problemas com abastecimento urbano, sistema de tratamento de efluentes, tanto doméstico quanto industrial, ilhas de calor, emissão de gases, efeitos graves nos grandes centros como inversões térmicas, aumento do índice de partículas suspensas e uma infinidade de poluições geradas por automóveis, oficinas, hospitais, postos de gasolina, indústrias, etc. Toda essa atividade, somada ao estresse, não só influência negativamente no ambiente como também prejudica a vida urbana quanto ao conforto e saúde das pessoas.

O poder público e as organizações que auxiliam no combate à degradação ambiental devem se preparar para considerar a expansão urbana como um tema importante no combate aos problemas ambientais. A legislação é um fator decisivo para restringir atividades nocivas tanto em zonas naturais como também em áreas urbanas. A participação da comunidade passa a ser fundamental para a definição das prioridades do governo municipal, a elaboração dos planos diretores de cada município deve conter parcela dos moradores em seu processo de produção. Para isso, deve se proliferar a idéia de que a defesa ambiental começa em nosso quintal, passa para nossa rua, cresce aos bairros e se torna municipal e trabalha juntamente com a proteção das áreas naturais, que passam a ser poupadas dos abusos das atividades urbanas.
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Responsabilidade ambiental da indústria

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein (Instituto 5 de Junho)

É sabido que num primeiro momento, as indústrias começaram a dedicar parte de suas preocupações quanto a questões ambientais por uma força legal, que se originou em diversas nações do mundo, que instituía um “movimento verde”, onde deveriam ser controlados os índices de emissões, manejo de efluentes e outros, como forma de se conseguir as licenças exigidas pela legislação ambiental para o funcionamento dos empreendimentos. As imposições se disseminaram e as pressões governamentais, apoiadas pela opinião pública, criaram certo “costume” para as empresas, que passaram a segui-lo.

De acordo com Fernando Gianichini Lopes1, diretor da empresa Key Associados, “foi um trabalho desenvolvido pelas empresas muito mais para fora do que para dentro delas próprias” e prossegue, dizendo existir uma terceira onda onde a gestão ambiental passa a ser um dos fatores que definem a capacidade da empresa em se manter no jogo a longo prazo. A indústria passou então a se preocupar com este setor um pouco além das exigências legais. Essa vertente se deve a uma percepção que se instala nas empresas, de que cada vez mais as questões de meio ambiente serão significantes durante as negociações, influenciando diretamente também na imagem pública da empresa.

A idéia de que os danos ambientais causados pelo desenvolvimento são um preço inevitável já não se sustenta mais, uma vez que empresas que continuam com atividades poluidoras, sem se aplicar a minimizar os danos à natureza provocados por suas atividades passam a ter manchas na imagem perante a opinião pública. O conflito existente entre ambiente e desenvolvimento econômico deixou de ser uma “rivalidade” e passa a ser encarado como uma parceria, onde o crescimento econômico deve manter e promover a conservação de recursos naturais.

A sustentabilidade surge neste contexto e relaciona diretamente os riscos ambientais com as possibilidades de negócios, ainda de acordo com Gianichini, “O grande exemplo é a geração de créditos de carbono, que podem ser negociados no mercado, ampliando a taxa interna de retorno de empreendimentos ambientalmente adequados”. Assim, o retorno proporcionado pela venda dos créditos de carbono ajuda a bancar os investimentos e as ações sustentáveis. De acordo com Porter e Linde2 (1995), se analisada a questão ambiental sob o ponto de vista econômico ortodoxo, a visão resume-se à ecologia versus economia. Considerando, então, como pontos de vista: proteção ambiental custa dinheiro e prejudica a competitividade; e, proteção ambiental é boa para os negócios; leva a uma conclusão curiosa: as duas estão corretas, levando, de acordo com Cristoforetti et. al.3 (2004), a uma terceira proposição, onde a renúncia à proteção ambiental custaria dinheiro proporcional, em prejuízos, da mesma forma se não realizada, ou até mais.
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A partir daí, foi criado o sistema de Gestão Ambiental, que juntamente ao surgimento do desenvolvimento de marketing voltado a questões de meio ambiente, o Marketing Verde, buscam gerir e divulgar ações ecologicamente corretas das empresas, muitas vezes se amparando em padrões internacionais de qualidade ambiental, como os exigidos na Norma ISO 14001. Desta maneira, a atividade empresarial sofreu reformulações estratégicas, onde são priorizadas e valorizadas: a responsabilidade ambiental, obediência à legislação vigente em relação ao meio ambiente, ações de prevenção de atividades poluidoras, desenvolvimento sustentável e tomada de decisões que protejam ao máximo a integridade natural.

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1 – Retirado da Revista Goiás Industrial, página 25, primeira quinzena de outubro 2008.
2 - PORTER, M. E.; LINDE, C. Green and competitive: Ending the stalemate. Harvard Business Review,
Boston, October 1995, 99, p.120-131
3 – CRISTOFORETTI, M.; PAPA, M.; GARCIA, M. O Impacto da Gestão Ambiental na Indústria Brasileira. Dezembro 2004.
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Simpósio Sobre Recuperação de Áreas Degradadas e a Importância das Matas Ciliares

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Por: Carlos S. Rodrigues (Instituto 5 de Junho)

Historicamente sabemos que a ocupação dos espaços no território nacional caracterizou-se pela inexistência de planejamento, com conseqüente destruição de muitos recursos naturais. (...) A falsa idéia de que os recursos naturais eram inesgotáveis e que o desenvolvimento estava sempre associado à ampliação de fronteiras prevaleceu até o final dos anos 70 e 80 do século passado. Na época as próprias universidades ensinavam a melhor forma de desmatar (uso de correntões, trator de esteira, etc.), para promover a ampliação de áreas agricultáveis ou para pastagens. Os recursos hídricos, tão dependentes das formações ciliares, eram igualmente considerados inesgotáveis.

Assim, o processo de fragmentação florestal, mais intenso nas regiões economicamente mais desenvolvidas, resultou em um conjunto de problemas ambientais como a extinção de várias espécies da flora e fauna, associada às mudanças climáticas locais, ao desequilíbrio biológico, à erosão dos solos e ao assoreamento dos cursos d'água, entre outros.(...)

Assim começa a carta de apresentação do II Simpósio Regional de Atualização em Recuperação de Áreas Degradadas Com Ênfase em Matas Ciliares, do qual o Instituto 5 de Junho participou (subentenda-se aqui o uso de metonímia) durante a última semana de Outubro na Cidade de Mogi Guaçu, SP.

A iniciativa do Instituto de Botânica de São Paulo e da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (FMPFM), de organizarem um evento científico destinado a reunir a comunidade científica e acadêmica que atua nesta área evidencia a importância atual do tema não só para os profissionais da área ambiental mas também, e principalmente, para a população como um todo.

Durante o evento foram abordados temas como a importância da diversidade de espécies vegetais em processos de restauração ambiental, da pesquisa com sementes florestais nativas, da utilização de parâmetros de quantificação e monitoramento de biomassa, de reflorestamentos compensatórios, de interações solo–planta, da fauna para processos de recuperação de áreas degradadas, da adequação ambiental de propriedades agrícolas, e de vários outros pontos que podem parecer um emaranhado de termos sem sentido, mas que as pessoas que conhecem um pouco desta área sabem ser de suma importância para o desenvolvimento de projetos e políticas públicas relacionadas à área ambiental. Isto tudo além, claro, das conversas de bastidores que são sempre produtivas, além de proporcionar contato com pessoas interessantes de todo o país (e aqui não posso deixar de citar a Edilane e o Dilton, de Santa Catarina, a Luciana, de São Paulo, Natacha, da Bahia, a Tanea, do Rio Grande do Sul, e todos os demais que, espero, hão de perdoar minha incapacidade de guardar nomes... todos ótimas companhias!).

Mas por que, afinal, pessoas de várias partes do Brasil viajam –às vezes dias– para se reunir em uma cidade e discutir sobre recuperação de matas ciliares? Qual a importância destas matas para o ambiente e para os animais (inclusive nós)?

Comunidades biológicas, ou seja, o Cerrado, aquela mata perto da sua casa –pra quem ainda tem o privilégio– ou aquele rio em que você pesca desde criança, normalmente levaram de milhares a milhões de anos até chegarem ao estado em que você conhece hoje. Com isso, quero dizer que na natureza as grandes mudanças normalmente acontecem em períodos muito longos. A grande questão que gerou toda esta preocupação atual com as florestas e os oceanos e os bichinhos bonitinhos e coloridos que vivem pelo mundo é que as ações da espécie humana (nós!) estão causando mudanças na natureza a uma velocidade muitas, mas muitas vezes superior ao que aconteceria naturalmente. E isto é ruim para a natureza? Sim! Mas é pior ainda para nós, seres humanos!

Um rio, por exemplo, que surgiu há 200 mil anos atrás e que normalmente só iria desaparecer naturalmente daqui a outros 50 ou 100 mil anos, pode, por causa de ações humanas secar em 100 anos, e daí seus filhos –tá, seus netos– não vão mais poder pescar lá. Bobagem! Como é que um rio seca em 100 anos?! E é aqui que volto no nosso assunto das matas ciliares. Por que proteger estas matas? Além do fato das margens de todos os rios serem protegidas por lei como APPs (Áreas de Proteção Permanente) e, portanto, poderem gerar uma multa enorme pra quem não as preserva, e um gasto ainda maior para a sua recuperação posterior, a vegetação (as matas) nas bordas dos rios funciona como um filtro natural, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos. Literalmente um filtro que impede que a água seja contaminada e o leito do rio seja entupido coberto pelos materiais carregados pelas chuvas.

Além disto, com a diminuição constante da quantidade e tamanho das áreas naturais preservadas, as matas ciliares se tornam ainda mais importantes pois, como são protegidas por lei, teoricamente não poderiam ser destruídas e funcionariam como corredores ecológicos para ligar áreas distantes, fazendo com que estas áreas tenham uma chance maior de durar mais tempo. Metaforicamente, se você pensar nas áreas preservadas como cidades onde vivem vários tipos de pessoas, então as matas ciliares seriam as estradas que permitem que estas pessoas possam ir de uma cidade a outra. Assim, não vão precisar se matar quando a cidade ficar cheia demais e não tiver mais comida pra todos por exemplo. Assim acontece na natureza, e as matas ciliares permitem que os bichos e plantas, fungos, bactérias, duendes e gnomos que vivem em um local possam migrar para outro e assim conseguimos manter uma quantidade maior de árvores, passarinhos coloridos, borboletas, aranhas, cobras, escorpiões, sapos e outros tantos que podem não parecer tão importantes mas que tem papéis fundamentais para a dinâmica ambiental.

Por tudo isto é que pessoas interessadas em discutir as melhores formas para preservar e recuperar estas áreas se dão ao trabalho de saírem de suas cidades, com a expectativa de contribuir de forma relevante para a mudança deste quadro ainda tão preocupante em nosso país.

E para provar que não ficou tudo na expectativa, vou disponibilizar aqui a Carta de Mogi Guaçu, elaborada durante o simpósio e discutida e aprovada por todos os participantes ao final do evento (eu inclusive palpitei em alguns pontos, com todo meu vaaasto conhecimento e experiência na área!), que foi entregue à Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo recomendando ações referentes ao problema. Para aqueles que se interessam pela área, recomendo que leiam. Quem sabe o próximo encontro não seja na sua cidade?!

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Carta aos leitores do blog

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Olá a todos os leitores,

O blog do Instituto 5 de Junho sofreu algumas reformulações conceituais, que serão visíveis aos leitores a partir da próxima semana. Não se trata de nenhuma revolução dos pilares do conhecimento do mundo como o conhecemos -na verdade tratam-se de alterações sutis-, mas esperamos que reflitam em melhorias para o blog e para os leitores, que é o mais importante afinal. Esperamos, então, que todos apreciem as mudanças e continuem acompanhando nosso blog. Ah! Não deixem de enviar seus comentários e ajudem a divulgar o blog também :)
O site do Instituto 5 de Junho também está sofrendo ( ! ) algumas alterações e a partir da próxima semana estará com a lista de congressos ligados à área ambiental totalmente atualizada. Não deixem de conferir e divulgar!

P.S.: Espero ter tempo pra fazer a imagem de cabeçalho do blog também... (Carlos)

Até o próximo post.

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Minc quer livro sobre espécies da fauna ameaçadas de extinção nas escolas

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Por: Paulenir Constâncio

O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, lançado nesta terça-feira (4) pelo MMA, deverá chegar a todas as escolas brasileiras, anunciou o ministro Carlos Minc. Na cerimônia, realizada na sede da Secretaria de Biodiversidade e Florestas - 505 Norte -, ele disse que "a nossa garotada conhece a girafa e o elefante, que, aliás, são bichos bonitos, mas não conhece os nossos animais". A obra traz detalhes sobre as 627 espécies que correm o risco de desaparecer.

O assunto deverá fazer parte da pauta de uma reunião, ainda esta semana, entre Minc e o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Nas bibliotecas e na mão dos professores, o livro pode ser decisivo para a salvação dessas espécies", avalia Minc. Com 1.500 páginas, que mostram onde se encontra, como vive e como é popularmente conhecido cada um dos animais, peixes, aves e insetos em perigo, a obra vai chegar primeiro às unidades de conservação nacionais sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

O ministro ressaltou a importância da publicação, lembrando que sua edição é a continuidade de um trabalho do MMA, que em parceria com a Fundação Biodiversitas, a Conservação Internacional Brasil e a Universidade Federal de Minas Gerais, elaborou uma pesquisa sistemática da maior importância para a identificação das espécies ameaçadas. Cada cidadão, em cada município, terá condições de conhecer a biodiversidade à sua volta e se engajar na luta para salvar a fauna em risco, espera o ministro. "Você só defende aquilo que você ama e só ama aquilo que você conhece", analisou. Para Minc, o Livro Vermelho é "um chamamento à sociedade. É um grito. Um basta à degradação ambiental". O ministro avalia ser "intolerável" que em nome do progresso se esteja levando um número tão significativo de espécies à extinção. "Esta lista é um tapa na cara pelo modo irresponsável de produzir", alertou.

A pesquisa que resultou no livro acabou por introduzir espécies novas na lista de risco e também retirar dele algumas que deixaram a situação de risco. As principais causas apontadas para o aumento de 217 para 627 espécies em extinção são o desmatamento, o tráfico de animais silvestres e a degradação ambiental. Novos dados foram introduzidos pelos pesquisadores, principalmente sobre os peixes e insetos, contribuindo para ampliar a lista. Minc lembrou uma série de medidas que o MMA vem tomando para diminuir o impacto da ocupação humana sobre as espécies ameaçadas.

As iniciativas vão desde o investimento na infra-estrutura dos parques nacionais até a criação de outros em áreas onde espécies da fauna e da flora correm risco de ser extintas até a contratação anunciada de três mil novos fiscais, com o objetivo de coibir e combater os crimes ambientais. "Mas não pensem que isso é fácil, pois não basta chegar para o presidente Lula e dizer para ele assinar um decreto", disse Minc.

O ministro enfatizou que ao criar unidades de conservação é preciso dotá-las de uma infra-estrutura eficiente e um conjunto de medidas, como corredores ecológicos, capazes de auxiliar na preservação das espécies. Por isso, o MMA está preparando um plano de manejo para 40 unidades de conservação e está buscando parcerias com empresas para que elas "adotem" um parque ou assumam os custos necessários para ajudar a tirar uma das espécies da lista. Lembrou que salvar um animal da extinção implica em um trabalho de pesquisa de campo, interferência no ambiente e em seu entorno para proporcionar condições de sobrevivência e reprodução.

Participaram da cerimônia de lançamento do Livro Vermelho, além do ministro Carlos Minc, o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello, a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecilia Wey de Brito, e representante do Ibama, João Pessoa.


Fonte: ASCOM - MMA
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Temperatura influencia no capitalismo

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Há alguns dias, a Agência Americana de Oceanos e Atmosfera soou o alarme: a temperatura no Ártico está 5°C acima da média, um recorde que demonstra uma forte diminuição do banco de gelo, provocada pelo aquecimento global. O fenômeno, divulgado em meio a crise econômica americana, preocupa o economista e cientista político alemão Elmar Altvater, de 70 anos. "Nenhum cientista imaginou aumento da temperatura nesse patamar. E todo mundo só fala da crise financeira", lamenta. Para ele, futuro do capitalismo está relacionado com combate ao aquecimento global.

Segundo Altvater, "o fenômeno é tão terrível quanto a questão econômica e ninguém está dando atenção", completa. Altvater esteve no Rio para uma série de palestras. Não que a crise não seja preocupante. Mas o professor de ciência política da Universidade Livre de Berlim e autor do livro O fim do capitalismo como nós o conhecemos, lançado em 2006, ainda sem edição no Brasil, defende que os governos e a sociedade tenham a mesma atenção com a crise climática.

Altvater prega uma mudança radical na produção econômica e no estilo de vida moderno para reverter o aquecimento global. "Não há dúvida que precisamos nos adaptar rápido a um novo tipo de vida. O mundo vive dois dramas: a crise financeira e a crise climática. As duas estão interligadas", defende Altvater, um estudioso das relações entre economia e ecologia.



Fonte: Estadão Online
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Projeto busca plantas à prova de mudanças climáticas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Um projeto de âmbito global começou a procurar por plantas que tenham características que as ajudem a resistir a mudanças climáticas para, assim, desenvolver colheitas capazes de suportar o aquecimento global.

Coordenado pela organização
Global Crop Diversity Trust, o projeto de US$ 1,5 milhão está realizando buscas em bancos nacionais de sementes para encontrar variedades "à prova do clima" de vários produtos, entre eles milho e arroz.

A equipe busca sementes que sejam resistentes a eventos extremos, como enchentes, secas ou mudanças constantes de temperatura.

Os pesquisadores esperam que essas variedades ajudem a proteger a produção de alimentos do impacto das mudanças climáticas.

Segundo a Global Crop Diversity Trust, a falta de material preciso e disponível prejudica os esforços de produtores para identificar o que pode ser usado para desenvolver variedades que possam resistir a condições futuras.

"Nossas plantações devem produzir mais alimento, na mesma quantidade de terra e com menos água", disse o diretor organização, Cary Fowler.

"Não há um cenário possível no qual nós possamos continuar a produzir os alimentos que precisamos sem diversidade", afirmou.

Acesso aberto - O projeto representa o mais recente estágio de um plano mais amplo da organização para conservar a variedade de plantas produzidas ao redor do mundo.

Nos últimos anos, a organização realizou uma série de encontros com especialistas na produção de alimentos básicos como trigo, arroz, lentilha e milho, com o objetivo de identificar a melhor estratégia de conservação para cada produto.

"Esses especialistas nos ajudaram a identificar quais são as mais importantes coleções de sementes em termos de diversidade genética", disse Fowler à BBC.

A informação ajudou a organização a estabelecer quais características são necessárias para que as espécies tenham as melhores chances de sobreviver no futuro.

Fowler disse que um exemplo é quando uma planta mostra um bom nível de resistência ao calor durante o período de florescimento - um estágio no qual a planta passa por mais estresse -, mas para o qual havia pouca informação.

Banco de dados - Nos próximos 24 meses, os pesquisadores esperam construir um perfil completo das várias características "resistentes ao clima" e em quais plantas elas podem ser encontradas.

"Depois disso, teremos de usar as variedades que têm essas características em programas de produção", afirmou Fowler.

Ele disse que os dados estarão disponíveis para todos - organizações públicas e privadas - em um banco de dados online.

"Os produtores poderão acessar esse banco de dados e colocar o critério de busca, daí eles receberão os detalhes de amostras que batem com as suas exigências, como resistência à seca e ao calor", afirmou.

Desenvolver plantas que produzirão mais alimentos e poderão lidar melhor com as mudanças climáticas é um caminho também seguido pelo setor de biotecnologia e grupos a favor da produção de alimentos modificados geneticamente.

Questionado sobre a possibilidade de o projeto ser usado por esses grupos, Fowler afirmou que ninguém sabe exatamente o que será necessário em 100 ou 500 anos em termos de produção agrícola e que a melhor alternativa agora é manter todas as opções possíveis.

Fonte: Folha Online
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Brasil apresenta crescimento de 12,5% na destinação de embalagens vazias de agrotóxicos

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os agricultores brasileiros se mantêm na liderança no ranking dos mais conscientes do mundo, quando o assunto é a devolução das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Fruto dessa conscientização, de janeiro a setembro deste ano, seguiram para o destino ambientalmente correto (reciclagem ou incineração) 19 mil toneladas de embalagens vazias, volume que representa um aumento de 12,5% em relação ao total processado nos primeiros nove meses de 2007 (16,9 mil toneladas). Apenas em setembro deste ano, foram destinadas 2,2 mil toneladas.
De acordo com os dados divulgados pelo
inpEV (instituto que representa a indústria fabricante), os Estados que mais encaminharam embalagens vazias para o destino final de janeiro a setembro deste ano foram Mato Grosso (4,3 mil t), Paraná (3,3 mil t) e São Paulo (2,4 mil t). Já os que apresentaram maior crescimento percentual nos primeiros nove meses de 2008 em comparação ao mesmo período do ano passado, foram Goiás (67,1%), Alagoas (61,5%) e Maranhão (42,3%).
Os índices positivos do programa de destinação final brasileiro são resultado de ações conjuntas que envolvem agricultores, indústria fabricante – representada pelo inpEV –, canais de distribuição, cooperativas e poder público.
Veja abaixo os Estados que mais se destacaram na destinação de embalagens vazias nos primeiros oito meses do ano:




Sobre o inpEV

O inpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – é uma entidade sem fins lucrativos que representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas em sua responsabilidade de destinar as embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. A lei atribui a cada elo da cadeia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes, canais de distribuição e poder público) responsabilidades que possibilitam o funcionamento do Sistema de Destinação de Embalagens Vazias.

O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui 75 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas.




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Projeto ameaça 70% das grutas do país

domingo, 26 de outubro de 2008

Cerca de 70% das cavernas do Brasil correm o risco de destruição. Hoje, as 7.300 já identificadas são protegidas por um decreto assinado em 1990. Nos próximos dias, o governo federal deve alterar a norma, após dois anos de pressão de empresas, sobretudo mineradoras e hidrelétricas, que vêem nas grutas um empecilho à expansão de seus empreendimentos.

A minuta, enviada na semana passada para a Casa Civil, autoriza, na prática, que cavernas que não sejam de "máxima prioridade" sofram "impactos negativos irreversíveis".

Isso significa que cavernas que estejam em outros três novos critérios poderão ser alteradas. Grutas com "alta relevância", por exemplo, poderão ser destruídas desde que o empreendedor se comprometa a preservar duas similares.

Para formações com "média relevância", o projeto prevê a destruição desde que o responsável pela obra financie ações que contribuam para a "conservação e o uso adequado do patrimônio espeleológico brasileiro" --sem especificar quais.

Já cavernas com "baixo grau de relevância" poderão ser impactadas sem contrapartidas. O Ministério do Meio Ambiente terá 60 dias para elaborar os critérios de relevância a partir da aprovação.

O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) diz que o novo decreto trará avanços. "Essa indefinição, que dura anos, afastou investimentos estrangeiros do país", afirma o presidente do instituto, Paulo Camillo.

"Há cavernas belíssimas que, claro, precisam ser preservadas. Mas é preciso criar um sistema para valorar o grau de importância dessas cavernas, porque muitas são inúteis", diz Rinaldo Mancin, diretor de assuntos ambientais do Ibram.

Segundo o Cecav (Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas), do Instituto Chico Mendes, a maior parte das cavernas mapeadas no Brasil foi descoberta na última década. O Cecav e a SBE (Sociedade Brasileira de Espeleologia) estimam que 70% das cavernas possam ser destruídas com a nova lei.

Somente na região de Carajás, no Pará, onde atua a Vale, pesquisadores patrocinados pela própria companhia descobriram mais de mil cavernas que, segundo a empresa, impedem a exploração mineral.

A instalação de uma hidrelétrica pelo grupo Votorantim no vale do Tijuco Alto, em São Paulo, também enfrenta restrições devido a duas grutas localizadas na área a ser alagada, 450 dolinas (depressões em terrenos calcários) e outras 52 grutas e abismos na área de influência direta do projeto.

Para o secretário-executivo da SBE, Marcelo Rasteiro, o projeto, como foi apresentado, é "nefasto". Ele diz que a importância das cavernas não pode ser medida facilmente.


Livro para o passado

"Essas cavernas guardam registros do passado, trazem informações nos campos paleontológico, arqueológico, biológico e geológico. Cada uma é como um livro. A partir de alguns estudos, por exemplo, foi possível descobrir se chovia mais ou menos na região em determinado período. Isso é uma chave para entender questões como o aquecimento global."

Rasteiro diz ainda que a análise sobre a importância de cavernas deverá ser feita por consultores ambientais pagos pelas empresas, o que pode gerar pressão para laudos favoráveis ao interesse econômico. "Não há nenhum indício de que as cavernas estejam atrapalhando qualquer setor da economia brasileira. O setor mineral tem aumentado sua produção a cada ano."

Segundo Rita de Cássia Surrage, do Cecav, o órgão participou dos estudos com os ministérios do Meio Ambiente e Minas e Energia nos últimos dois anos, mas suas sugestões foram ignoradas no projeto final.

"Eles querem algo fácil de fazer. Dizem que nossas sugestões eram complexas. Mas não dá para entrar em uma caverna, sair e avaliar na hora. Estudos são necessários. Vai acabar na mão dos Estados a decisão de definir quais vão poder ser impactadas, sem critério algum."


Licenciamento

A Votorantim diz que na construção da hidrelétrica no interior de SP as grutas que serão submersas são "pequenas e pouco expressivas".

Já a Vale afirma que não revela seu estudo sobre cavernas em razão de "questões estratégicas" e nem comenta a possibilidade de destruição.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o que importa é que as cavernas realmente importantes sejam "conservadas e valorizadas". "Tudo está sendo discutido. Essa nova norma não significa que tudo será destruído", diz a secretária de Biodiversidades e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito.

Fonte: Folha Online

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Captura de CO2 pode ajudar a tornar aquecimento suportável

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A captura com armazenamento de dióxido de carbono (CO2) poderia fornecer 20% das medidas necessárias para reduzir as emissões até 2050 e tornar a mudança climática suportável para a humanidade, segundo a Agência Internacional da Energia (AIE).

"A captura e armazenamento de CO2 é uma das soluções mais promissoras" para cumprir os objetivos pactuados pela comunidade científica para que o aquecimento global seja inferior a 3 graus centígrados em meados do século XXI, destacou o diretor-executivo da AIE, Nobuo Tanaka, em entrevista coletiva.


Na apresentação de um relatório sobre esta tecnologia, Tanaka disse que se as atuais políticas energéticas fossem mantidas inalteradas, as emissões mundiais aumentariam 130% em 2050, nível "insustentável" porque o aquecimento global se situaria então entre 4 e 7 graus centígrados.


O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês) considera que para que a mudança climática seja suportável (menos de 3 graus), é preciso diminuir as emissões em 50%, e este é o cenário ideal segundo seu estudo.

Os autores do relatório da AIE calculam que o custo de tratar uma tonelada de CO2 teria preço médio de US$ 50 nas centrais térmicas, e caso a meta do IPCC seja cumprida, o custo global seria de US$ 500 bilhões anuais em meados do século.


Caso não haja captura e armazenamento de CO2, o custo anual para diminuir em 50% as emissões até 2050 seria de US$ 1,28 trilhão, por isso esta tecnologia "oferece uma solução viável e competitiva", de acordo com as conclusões.


Tanaka destacou a necessidade de cumprir a meta fixada pelo Grupo dos Oito (G8, sete países mais industrializados e a Rússia) este ano de dispor até 2010 de 20 projetos de demonstração deste dispositivo para poder garantir um desenvolvimento comercial no mundo todo até 2020. Para cobrir essa fase de demonstração, faltarão US$ 20 bilhões.A tecnologia de captura e armazenamento de CO2 consiste em recuperar as emissões deste gás principalmente em centrais térmicas, e transportá-lo, principalmente por gasodutos, a antigas jazidas subterrâneas de hidrocarbonetos exploradas.


Segundo a AIE, há espaços disponíveis no mundo inteiro que permitiriam acumular as emissões produzidas pelas atividades humanas durante centenas de anos.


Em uma central térmica a carvão, o rendimento energético se situa entre 45% e 48%, e a instalação de um dispositivo de captura de CO2 emitido (que pode recuperar mais de 90%), reduziria esse rendimento em 10%, segundo os especialistas da AIE.


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Carro elétrico é alvo de estudo nas concessionárias de energia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Enquanto nos Estados Unidos, Europa e Japão as montadoras disputam uma corrida para ver quem lança primeiro um carro elétrico em escala comercial, no Brasil o tema não está na pauta da indústria automobilística. Mas, nem por isso, a tecnologia foi deixada de escanteio. Sem alarde, concessionárias de energia tomaram para si o projeto de carros que possam ser abastecidos na tomada, não emitem poluição e são silenciosos.

A Itaipu Binacional mantém uma pequena linha de montagem na usina de Foz do Iguaçu (PR) onde foram transformados para o sistema elétrico, até agora, 15 automóveis cedidos pela Fiat. A CPFL montou em sua sede em Campinas (SP) um posto para abastecer carros e motocicletas que estão sendo testados pela companhia.


Nos últimos dois anos, a CPFL investiu US$ 1 milhão em um projeto piloto de veículos elétricos. Os estudos são feitos com o Instituto Nacional de Eficiência Energética (Inee) e a Unicamp. "Buscamos apoio de montadoras, mas nenhuma se interessou", diz Paulo Cezar Tavares, vice-presidente de gestão de energia da empresa.


A CPFL testa um modelo Palio montado pela Itaipu e já comprovou a economia. "O custo para rodar 110 quilômetros é de R$ 8, enquanto o mesmo percurso com gasolina custa em média R$ 21", diz Tavares. O problema, porém, é a baixa autonomia. O plug do carro precisa ficar 8 horas na tomada para rodar entre 100 e 110 quilômetros, praticamente a distância entre Campinas e São Paulo. O custo do veículo é outra barreira, em média o dobro de um carro normal.


Outro problema, adianta Tavares, é o tipo de bateria utilizado, de níquel e metal. "Não é muito competitiva", diz. O ideal seria um novo produto com baterias similares às usadas em telefone celular, de lítio e íon. "Estamos buscando fabricantes para viabilizar uma frota com esse tipo de bateria, mais confiável."

Tavares reconhece que ainda há muitos obstáculos para o desenvolvimento de um carro elétrico comercial, a preços competitivos. Por isso, a CPFL decidiu, neste momento, concentrar esforços na motocicleta elétrica, mais acessível e com projetos mais avançados. Na semana passada, a companhia recebeu duas motos importadas de uma fabricante chinesa.


Se o produto for aprovado e se mostrar viável para o mercado brasileiro, a própria CPFL pretende importar lotes grandes do veículo e revendê-lo aos consumidores para pagamento em prestações mensais de R$ 100 a R$ 120. O custo médio de um protótipo hoje é de R$ 4 mil. A Unicamp deverá iniciar, em breve, uma pesquisa junto aos universitários - público alvo inicial das motos elétricas - para detectar o interesse no produto e avaliar o tamanho do mercado.



Pequenas cargas


Itaipu conta com parceria da montadora Fiat, que cedeu carros e instalou a linha de montagem dentro da hidrelétrica. Os 15 veículos adaptados para uso de energia nas versões Palio e Weekend estão sendo testados por várias empresas, como Eletrobrás e Coppel. Os Correios também utilizarão veículos de teste em breve.


A concessionária trabalha para conseguir um veículo que tenha autonomia para rodar pelo menos 450 quilômetros com uma carga de 15 minutos de energia. Todos os componentes usados no veículo são importados e há estudos para uma nacionalização gradativa. Só a bateria reciclável pesa 160 quilos, impondo outro desafio de reduzir esse peso.


Celso Novais, coordenador geral do projeto veículo elétrico da Itaipu, conta que o projeto mais avançado hoje é o de veículos para pequenas cargas e miniônibus, numa parceria com a Iveco (do grupo Fiat) e a fornecedora de carrocerias Mascarello. Só para esse projeto estão previstos gastos de mais US$ 750 mil. Pequenos veículos de transporte como empilhadeiras e carrinhos de campo de golfe já utilizam a tecnologia no País, desenvolvida por diferentes empresas.


A hidrelétrica de Itaipu pretende, no futuro, ter toda sua frota movida a eletricidade. A idéia não é só para uso interno. "Queremos tornar o carro elétrico economicamente viável para o mercado", diz Novais. Itaipu não pretende fazer os veículos, mas dominar a tecnologia e viabilizar a produção pelas montadoras. "Não há dúvidas de que os automóveis do futuro serão elétricos", afirma Tavares. "Seremos questionados por nossos netos porque demoramos tanto a utilizá-los", conclui.

Fonte: O Tempo Online
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Governo lança campanha de preservação de animais silvestres

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, além do Ibama lançaram nesta quinta-feira a campanha nacional de proteção à fauna. A idéia é garantir a ampliação da preservação dos animais silvestres em todo país, uma vez que cerca de 50 mil são apreendidos por ano no Brasil. Um dos destaques da campanha será a conscientização de estudantes de escolas públicas e privadas por meio do projeto "A Escola é Bicho".

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) afirmou que a campanha ganhará novas vertentes até o ano vem.

Segundo ele, a idéia é "pegar redes de traficantes". Tanto é que no começo de 2009 será lançada uma campanha em parceria com as organizações não-governamentais estrangeiras para tentar conter a ação dos consumidores de fora do Brasil --que consomem essas espécies que são protegidas pela legislação brasileira.

Minc disse ainda que será lançado também o livro que trata dos animais que estão extinção no país. De acordo com o ministro, o número de animais ameaçados aumenta cada vez mais. Segundo ele, será feita uma campanha informativa sobre o comércio ilegal de animais. "A gente não quer trocar a gaiola do traficante pela gaiola do Ibama", afirmou Minc.

O diretor de Uso Sustentável de Biodiversidades e Florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel, disse que a maior parte do comércio ilegal de animais silvestres envolve traficantes brasileiros. "É fundamental também a intensificação das campanhas de fiscalização", disse ele.

O coordenador de Gestão e Uso de Espécies do Ibama, João Pessoa Moreira, afirmou que o projeto "Escola é o Bicho" vai centralizar a atenção nos estudantes que têm de 10 a 12 anos. A idéia é atingir 20 escolas até o final do ano. Inicialmente, será um projeto-piloto.

A campanha nas escolas começa no Distrito Federal, em 20 colégios, depois deverá ser implantada em outros Estados. Nas escolas serão capacitados agentes sociais que vão se transformar em multiplicadores. Para divulgação da campanha serão utilizados historinhas em quadrinhos, cartazes, folders e adesivos.

Fonte: Folha Online
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