O incrível Motor Que Queima Lixo

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein


Os amantes do Cinema, principalmente os que são fãs do Spielberg ou então aqueles que gostam de uma boa produção de ficção científica, vão se lembrar de uma seqüência incrível produzida entre os anos de 1985 e 1990, a trilogia De Volta Para o Futuro (Back to the Future). No segundo filme da série, o professor inventor de uma máquina do tempo, um carro modelo De Lorean DMC-12 adaptado para quebrar as barreiras do tempo, reformulou o motor de sua invenção para funcionar a partir do consumo de material descartado, ou seja, o nosso querido lixo.


A idéia na ocasião era bastante improvável, mas durante a Exposição Tecnológica Mundial (Expowec 2008), em Brasília no dia 6 de dezembro, foi exposto um motor a combustão externa que tem como proposta utilizar qualquer tipo de material combustível para funcionar. Isso inclui, de acordo com Luiz Guilherme Wadt, pesquisador da EMBRAPA, “...biodiesel, etanol, resíduos da agricultura, madeira, carvão, combustíveis fósseis como carvão mineral e derivados de petróleo”.

De acordo com este pesquisador, o motor pode utilizar até restos mortais de pequenos animais, o que resolveria o problema energético de pequenos criadores que utilizam motores para produção de energia elétrica e não é indicado para o uso automotor, uma vez que a queima dos materiais não ocorre de maneira regulável, como em motores de combustão interna.

O conceito é interessante do ponto de vista de se recuperar a energia dos materiais. A
reciclagem se baseia no uso e reuso de materiais, aproveitando-se sua função, mas, e se imaginarmos a chance de recuperarmos a energia gasta no processo de produção dos itens que ao final das contas vai virar lixo? E, em alguns casos, que não serão reciclados? Seria uma boa iniciativa, principalmente para poupar processos de produção energética que provocam poluição ou grandes impactos ambientais. Além disso, aumentaria a demanda energética de regiões afastadas dos grandes centros.

Porém, a queima em si já se caracteriza como processo poluidor. A combustão libera compostos como o
monóxido de carbono, anidro sulfuroso e ácido clorídrico, este resultante da queima de plásticos (PVC) ou embalagens de leite ou cartões plastificados. Outros produtos derivados da incineração são as dioxinas e furanos (em escalas preocupantes), chumbo, cádmio, arsênio e cobre, sendo esses últimos encontrados em madeiras de demolição em concentrações centenas de vezes superiores às das madeiras virgens. Além da poluição do ar, o rejeito sólido produzido ainda poderá carregar os compostos poluentes ao solo, se descartados de maneira incorreta.

Segundo o professor Wadt sobre as intenções do projeto: “A nossa visão é a de aproveitar os resíduos. Aquilo que ia ser jogado fora, de repente, pode ser usado como combustível”.

Será que essa idéia vai ter futuro?

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