FELIZ NATAL

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


O Instituto 5 de Junho deseja a todos um FELIZ NATAL e um 2009 cheio de realizações.
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Concreto e sustentabilidade?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

A indústria da construção é considerada um dos principais indicadores de desenvolvimento de uma nação, representando o crescimento real das áreas urbanas, organização e reorganização dos sistemas de infra-estrutura, desenvolvimento social com construção de moradias, saneamento, malha viária e vários outros tipos de edificações, além de ser o setor da indústria e que mais emprega no país. Todavia, todo esse desenvolvimento implica em atividades impactantes ao ambiente tanto em meios urbanos, com o desenvolvimento das cidades, como em regiões afastadas, com a construção de estradas, pontes, represas, etc. Dessa maneira, enfrentar esse desafio se torna um dever de todo setor da Construção Civil.

Os processos construtivos vêm passando por constantes aprimoramentos, atendendo de maneira rápida e eficiente às demandas de mercado. Temos observado construções rápidas, com materiais leves e cada vez mais baratos em comparação aos padrões de resistência e estética apresentados, mas notamos também que a durabilidade dos componentes construtivos cada vez mais diminui. Dificilmente vemos construções feitas para durar. O que se apresenta no cenário comercial da construção é um processo rápido de edificação, mas que não visa perdurar por muito tempo. A indústria da construção se encarregou de incentivar a troca, o reparo e a reestruturação, mantendo assim o fluxo de capital e favorecendo o comércio de materiais de construção, matérias primas e insumos.


Quanto maior a quantidade de construções, maior será a quantidade de materiais empregados nas obras, o que implica diretamente no aumento da extração de componentes naturais e na produção de industrializados, como o cimento, para suprir as necessidades construtivas. De acordo com HAWKEN et al (1999)1, apenas 6% do total de matérias primas extraídas da natureza – cerca de 500 bilhões de toneladas anuais – chegam até o produto final desejado, sendo a maior parte do restante devolvido ao meio ambiente sob forma de resíduos danosos.

O concreto2 é o material mais produzido e utilizado nas construções brasileiras, sendo empregado em edificações, pontes, obras de arte, estradas, represas e outros em todo território nacional. Seu uso crescente também implica em atividades impactantes, não somente em sua aplicação, mas também em sua produção. Segundo LARANJEIRAS (2002)3 a cada tonelada de clinker produzido na fabricação do cimento corresponde, aproximadamente, a uma tonelada de gás carbônico emitida para a atmosfera. A indústria do cimento produz mais de 2 bilhões de toneladas anuais deste material, o que implica na emissão de 7% do total de dióxido de carbono lançado anualmente na atmosfera no mundo todo.

Para a produção do concreto, são também utilizados materiais como a areia e a brita, juntamente com outros aditivos minerais. Essa utilização beira o montante de 12 bilhões de toneladas anuais desses materiais. Se considerarmos, somando ao impacto da exploração, todo o processamento e transporte dessa matéria prima, veremos que todo processo de produção do concreto afeta muito desfavoravelmente o ambiente. Para finalizar, todo o processo consome mais de 1 trilhão de litros de água por ano.


A redução da durabilidade das estruturas de concreto provoca o aumento do consumo de matérias primas, produção de poluentes, gastos energéticos e custos adicionais com reparos, renovação e manutenção das construções.


As construções em concreto armado geralmente são projetadas para ter uma vida útil de 50 anos. Alguns estudos demonstram que em grandes centros, devido a inúmeros fatores, as construções não resistem aos 20 primeiros anos sem começarem processos de deterioração, sendo esse um processo mundial. A Associação Americana de Engenheiros Civis (ASCE) estimou, no ano de 2001, que o custo do reparo de infra-estrutura em concreto ultrapassou o valor de 1 bilhão de dólares nos EUA, fato que levou alguns estudiosos das tecnologias construtivas a sugerirem o aumento da vida útil das construções para, em média, 150 anos.


Aumentado a vida útil das estruturas em concreto, de maneira geral, se mostra uma boa solução a longo prazo para a preservação de recursos naturais, redução de impactos, economia de energia e aumento do potencial de extração das reservas naturais. Porém, para se obter esses resultados, é necessário a reestruturação do processo construtivo, que prega a produtividade acelerada, tornando-o propenso à preservação dos recursos, previsão de necessidades a longo prazo e maior durabilidade estrutural.

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1 Hawken, P.; Lovins, E.; Levins, H. Natural Capitalism – Creating the Next Industrial Revolution, Little Brown and CO., 1999, 369p.
2 O concreto é uma mistura homogeneizada de cimento portland (obtido da moagem direta do clinker) com aditivos minerais.

3 Laranjeiras, A.C.R.; Palestra – Estruturas de Concreto Duráveis – Uma chave para o sucesso do Desenvolvimento Sustentável, Simpósio Comemorativo IBRACON 30 anos, 2002.
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Logística reversa

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

por: Carlos Henrique Klein


Pra começar, Logística é um processo de planejamento, implantação e controle de fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas deste o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes. (BALLOU, 2006, p. 27), o processo de logística reversa é o processo que cuida do fluxo inverso de materiais, ou seja, do consumo até sua fonte.


Grande parte do desperdício é gerada pela grande diferença entre a quantidade de material descartado e de material que poderia ser, mas não é, reutilizado, sendo assim, a Logística Reversa, ou como alguns a denominam, Logística Verde, estuda as melhores formas de direcionamento do produto após seu consumo e seu possível reaproveitamento.


Cada material já utilizado carrega consigo uma quantidade de valores agregados considerável. Desde sua produção até seu descarte, temos o desprendimento de energia para sua produção, valor e rendimento de uso e importância para outros processos. Como já foi comentado em outros textos deste blog, o reaproveitamento energético de um determinado produto é de importância considerável e outros problemas como a geração de lixo e demais poluições elevam ainda mais as necessidades com o cuidado com nosso descarte. Podemos dizer que os preceitos básicos da logística verde são: tudo que não for utilizado posteriormente deverá ser re-inserido no processo atual, em outros processos ou sistemas; toda inserção no ambiente deverá gerar impacto ZERO.


Estabelecer caminhos eficientes de reutilização, reciclagem, reuso e reaproveitamento energético se torna de suma importância na consolidação de atividades sustentáveis. Mas, apesar disso, muitas empresas não trabalham com esse tipo de planejamento. O que vemos é o total desconhecimento ou mesmo abandono deste tipo de prática.


A logística verde apresenta uma série de vantagens para as empresas praticantes, podendo ser destacadas: obediência à legislação ambiental no que se trata do tratamento de produtos pós-uso; retorno de produtos à linha de produção, gerando economias; conscientização ambiental dos consumidores; diminuição dos custos com descarte de lixo. Uma empresa que realiza esse tipo de planejamento pode utilizá-lo como diferencial e obter vantagens competitivas no mercado.

A construção dos processos de logística reversa seguem estágios cumulativos:
1 – Processo reativo: a empresa trata os resíduos gerados por ela, cumprindo a legislação ambiental vigente.
2 – Processo pró-ativo: o tratamento do resíduo objetiva reduzir as quantidades geradas, otimizando processos.
3 – Processo eco-eficiente: utilização de técnicas de re-engenharia dos produtos, com a re-inserção total na própria empresa e o reprocessamento por fornecedores. Algumas empresas utilizam essa prática como fidelização de consumidores, trocando por exemplo, usados por novos.
4 – Processo de impacto-zero: nesse processo, a empresa extrapola seu ambiente operacional e utiliza toda cadeia de suprimentos (supply chain).

Na onda da preservação, a logística reversa se apresenta como ótima ferramenta e arma para implantação real da sustentabilidade.

Referências bibliográficas:

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial, 2006. 5a ed. –
Bookman.

http://www.ibralog.com.br/ler_artigo.php?cod=102
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O incrível Motor Que Queima Lixo

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

Os amantes do Cinema, principalmente os que são fãs do Spielberg ou então aqueles que gostam de uma boa produção de ficção científica, vão se lembrar de uma seqüência incrível produzida entre os anos de 1985 e 1990, a trilogia De Volta Para o Futuro (Back to the Future). No segundo filme da série, o professor inventor de uma máquina do tempo, um carro modelo De Lorean DMC-12 adaptado para quebrar as barreiras do tempo, reformulou o motor de sua invenção para funcionar a partir do consumo de material descartado, ou seja, o nosso querido lixo.


A idéia na ocasião era bastante improvável, mas durante a Exposição Tecnológica Mundial (Expowec 2008), em Brasília no dia 6 de dezembro, foi exposto um motor a combustão externa que tem como proposta utilizar qualquer tipo de material combustível para funcionar. Isso inclui, de acordo com Luiz Guilherme Wadt, pesquisador da EMBRAPA, “...biodiesel, etanol, resíduos da agricultura, madeira, carvão, combustíveis fósseis como carvão mineral e derivados de petróleo”.

De acordo com este pesquisador, o motor pode utilizar até restos mortais de pequenos animais, o que resolveria o problema energético de pequenos criadores que utilizam motores para produção de energia elétrica e não é indicado para o uso automotor, uma vez que a queima dos materiais não ocorre de maneira regulável, como em motores de combustão interna.

O conceito é interessante do ponto de vista de se recuperar a energia dos materiais. A
reciclagem se baseia no uso e reuso de materiais, aproveitando-se sua função, mas, e se imaginarmos a chance de recuperarmos a energia gasta no processo de produção dos itens que ao final das contas vai virar lixo? E, em alguns casos, que não serão reciclados? Seria uma boa iniciativa, principalmente para poupar processos de produção energética que provocam poluição ou grandes impactos ambientais. Além disso, aumentaria a demanda energética de regiões afastadas dos grandes centros.

Porém, a queima em si já se caracteriza como processo poluidor. A combustão libera compostos como o
monóxido de carbono, anidro sulfuroso e ácido clorídrico, este resultante da queima de plásticos (PVC) ou embalagens de leite ou cartões plastificados. Outros produtos derivados da incineração são as dioxinas e furanos (em escalas preocupantes), chumbo, cádmio, arsênio e cobre, sendo esses últimos encontrados em madeiras de demolição em concentrações centenas de vezes superiores às das madeiras virgens. Além da poluição do ar, o rejeito sólido produzido ainda poderá carregar os compostos poluentes ao solo, se descartados de maneira incorreta.

Segundo o professor Wadt sobre as intenções do projeto: “A nossa visão é a de aproveitar os resíduos. Aquilo que ia ser jogado fora, de repente, pode ser usado como combustível”.

Será que essa idéia vai ter futuro?
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