Crescimento urbano e poluição

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Por: Carlos Henrique Klein



Na grande maioria das vezes, quando se fala em meio ambiente e questões de preservação ambiental, têm-se em mente a imagem de campos, florestas, rios e paisagens naturais que sofrem com a degradação e exploração desenfreada. A imagem montada torna-se uma fotografia padrão para o senso comum que é bombardeada em TV, internet e outros meios de comunicação a todo instante. Poucas pessoas percebem que outro tipo de degradação e abuso natural ocorre bem diante dos olhos de todos, mas é ignorado ou deixado de lado. Essa degradação é provocada pelo crescimento e atividades urbanas em todo mundo.

As populações se mobilizam em favor da preservação de biomas, rios, parques e outros ambientes, mas se omitem ao ver que o cotidiano e a rotina urbana também provocam impactos importantes ao ambiente, desde a emissão de gases, impermeabilização de solo e produção de lixo ao problema de distribuição de água e tratamento de esgoto.

Devemos compreender que “ambiente” significa o lugar, o recinto, o meio em que vivemos e compreende não somente as áreas selvagens ou naturais e suas reservas, como também os espaços urbanos. De maneira direta ou indireta, as atividades humanas nas cidades provocam impactos ao ambiente natural. Desmatamentos, crescimento desordenado, impermeabilização do solo, desrespeito às leis ambientais, que provocam impactos em leitos de rios e córregos, têm influência direta em fenômenos de enchentes, lixiviação, processos erosivos e outros. Por conseqüência, estes problemas provocam outros, desconsiderados pela população em geral, como infiltração de água contaminada ou vazamentos na rede de distribuição de água potável, carregamento de lixo e sólidos para os leitos de rios, aumento do volume de água de arraste (enxurrada) nas vias urbanas dentre outros.

Destacam-se também a gigantesca produção de lixo e seu dificultoso tratamento, problemas com abastecimento urbano, sistema de tratamento de efluentes, tanto doméstico quanto industrial, ilhas de calor, emissão de gases, efeitos graves nos grandes centros como inversões térmicas, aumento do índice de partículas suspensas e uma infinidade de poluições geradas por automóveis, oficinas, hospitais, postos de gasolina, indústrias, etc. Toda essa atividade, somada ao estresse, não só influência negativamente no ambiente como também prejudica a vida urbana quanto ao conforto e saúde das pessoas.

O poder público e as organizações que auxiliam no combate à degradação ambiental devem se preparar para considerar a expansão urbana como um tema importante no combate aos problemas ambientais. A legislação é um fator decisivo para restringir atividades nocivas tanto em zonas naturais como também em áreas urbanas. A participação da comunidade passa a ser fundamental para a definição das prioridades do governo municipal, a elaboração dos planos diretores de cada município deve conter parcela dos moradores em seu processo de produção. Para isso, deve se proliferar a idéia de que a defesa ambiental começa em nosso quintal, passa para nossa rua, cresce aos bairros e se torna municipal e trabalha juntamente com a proteção das áreas naturais, que passam a ser poupadas dos abusos das atividades urbanas.

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