Países ricos têm 'dívida a pagar' por emissões

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Depois de apresentar, em Hokkaido, no Japão, os últimos números da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre as emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista, dividiu em três frentes os países emissores. A primeira, dos países industrializados e grandes consumidores de combustíveis fósseis que, segundo ele, já resolveram seus problemas sociais e agora terão de "assumir a responsabilidade" por emissões que se avolumam há mais de dois séculos. Tratam-se dos mesmos países "com dívida a pagar", nos quais circulam "carrões que precisam de uma refinaria (de petróleo) em cima".

O segundo grupo é o dos países pobres, como o Haiti, que precisam de contrapartidas orientadas ao desenvolvimento industrial limpo para "parar de cortar árvore". E na terceira frente estão grandes economias emergentes, como a Índia e a China que, na visão de Lula, não podem pagar a conta do aquecimento global com a redução de suas taxas de crescimento econômico. Para esses países, recomendou a modernização de seus modelos de expansão da economia.

O Brasil, concluiu Lula, é o país que "tem de ser ouvido" nos debates sobre meio ambiente e mudança climática. "Desde a implantação do programa do álcool (na década de 70), o Brasil seqüestrou 640 milhões de toneladas de CO2", afirmou Lula, referindo-se a um volume maior que o dobro (360,6 milhões de toneladas) das emissões de 2005 pelo País, conforme os dados da Embrapa. Ele argumentou que seu governo já adotou todas as medidas necessárias para uma melhor regulação e fiscalização de áreas de preservação da Amazônia. Mas a aplicação delas ainda esbarra na demora da tramitação no Congresso.

Depois de concluído o encontro do G-8 - grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia - com o G-5 - África do Sul, China, Índia, Brasil e México -, Lula voltou a declarar que a Amazônia "não é nenhum santuário da humanidade". Portanto, está sujeita a políticas de desenvolvimento sustentável. Para ele, o fato de brasileiros contrariarem as leis de proteção ambiental não significa que o País esteja favorecendo o desmatamento.

Fonte: MSN Notícias

READ MORE - Países ricos têm 'dívida a pagar' por emissões

E o tema é Sustentabilidade

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Por: Carlos Henrique Klein

A sustentabilidade é um conceito, uma idéia que relaciona atividades econômicas, fatores sociais e culturais, ambientais e políticos em seus diversos âmbitos. É o “meio” ou artifício de atender interesses tão distintos de cada um desses setores e ao mesmo tempo preservar recursos naturais, biodiversidades, ecossistemas, etc, atendendo aos quesitos: é ecologicamente correto?, economicamente viável?, socialmente justo?, culturalmente aceito?, e o que deveria ser a primeira questão levantada: é necessário?

O termo desfila na mídia e apresenta diversas faces, variando ao sabor dos interesses de quem o prega. Mas, mesmo com tantos discursos, como é possível induzir atividades de setores tão distintos a um patamar sustentável, modificando estruturas íntimas da sociedade para resultados a longo prazo? Foram décadas de evoluções nas discussões sobre ambiente e sociedade e constantes aperfeiçoamentos. Mesmo assim, ainda não houve adoção de medidas suficientes para interligar de maneira satisfatória o avanço conjunto da economia e das sociedades à preservação ambiental.

O 3º setor com atuação crescente, a divulgação da mídia e tantas iniciativas públicas e privadas referentes à responsabilidade sócio-ambiental tem movimentado os temas relativos à sustentabilidade no Brasil e no exterior, mas ainda assim não se nota avanços significantes aos objetivos sugeridos. Os retornos positivos da ação do governo, de ONGs, projetos ambientais, de fiscalização dos estados e municípios e por parte do Ministério Público são, na grande maioria das vezes, compensadores, mas não impedem e não barram as degradações às reservas naturais e biológicas, aos biomas e ecossistemas de diversas escalas. Não demonstram – ao menos –, impacto sobre o consumismo descontrolado que incentiva o desperdício, a produção incomensurável de lixo, o consumo desregrado de água e energia e outras comodidades que são impactantes ao ambiente.

Do que adianta discursos de inúmeros órgãos e entidades defensoras da Amazônia se ela deixar de existir? Deve-se converter os paradigmas da sustentabilidade em consciência “sustentável”. Todas as ações movidas por sociedade, estado e setor privado neste sentido mesmo compartilhando da bela filosofia da sustentabilidade ainda deixam um estranho vazio sobre a legitimidade dessa bandeira: as ações sociais movidas pelo estado e ONGs são justificáveis pela simples motivação benéfica ou bom mandato? A atividade sustentável implantada realmente atende aos interesses sociais, ambientais e econômicos de todos os envolvidos? Os lideres e idealizadores não estão interessados, na verdade, em projeção política? Estes são alguns questionamentos básicos que todos deveríamos tentar responder ao ver um anúncio de carro ecológico ou “empresa amiga do meio-ambiente” na TV ou jornais.

A atividade sustentável e a preservação ambiental esbarram nos muros impostos pelo mercado e pelos interesses políticos e faz com que toda divulgação na mídia, os artigos, jornais, eventos, denúncias, ações, passeios turísticos e espetáculos não consigam fazer a idéia de sustentabilidade se concretizar em definitivo e passe a fazer parte do íntimo de todos. São completos em sentido os discursos sobre esse tema; são “suficientes”; eles trazem os motivos de desarmonia e contradições que assolam as sociedades e que devem ser banidas da cultura de todos os segmentos sociais, mas não conseguem ultrapassar o status de “boas práticas” e muitas das vezes se perdem em filosofia, deixando de lado a questão fundamental: por que precisamos de sustentabilidade?

O avanço das tecnologias, dos sistemas de mercado em conjunto com as necessidades das sociedades globais provocaram uma relação produção x consumo tão selvagem que a degradação ambiental apresenta escalas alarmantes e gera perdas inestimáveis ao ambiente. A sustentabilidade é a ferramenta mais apropriada para compatibilizar a evolução econômica e industrial necessária às sociedades mundiais e a preservação ambiental. A aplicabilidade dos conceitos de sustentabilidade encontra, no entanto, problemas metodológicos para consolidar sua aplicação. Problemas de base social e política que envolvem qualidade de vida, objetivos coletivos, desenvolvimento econômico, interesses políticos, particulares e mercadológicos, entre outros. O sucesso de políticas e da consciência sustentável depende da manutenção de práticas sustentáveis e do conseqüente equilíbrio entre responsabilidades sociais, retornos individuais e ganhos ambientais.

A idéia de sustentabilidade, por si só, não mudará nada. São as mudanças nas estruturas envolvidas (econômicas, sociais e culturais) que mudarão as ações no mundo e poderão reverter os perigos e ameaças que pairam sobre as nações, tanto no setor ambiental quanto econômico.


READ MORE - E o tema é Sustentabilidade

CURSO Perícia Judicial Ambiental - SINDUSCON-GO

domingo, 6 de julho de 2008


Será realizado, entre os dias 4 e 8 de agosto, em Goiânia, o curso Perícia Judicial Ambiental, indicado para profissionais com curso superior que atuam ou pretendem atuar como perito judicial ou assistente técnico na área de meio ambiente. O curso, que tem como objetivo roporcionar aos participantes o conhecimento da prática, da burocracia e de elementos básicos para a realização de perícia judicial ambiental, será promovido das 18h às 22h na sede do Sinduscon-GO, localizado na Rua João de Abreu, n° 427, no Setor Oeste.

Os ministrantes serão o engenheiro Civil Rui Juliano e o engenheiro Químico Georges Kaskantzis Neto. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (53) 3035-3622, no site www.manualdepericias.com.br ou pelo e-mail at@manualdepericias.com.br. O investimento é de R$ 1.140,00 para inscrições realizadas até a data de 19 de julho, e de R$ 1.220,00 para as inscrições efetuadas após essa data. A carga horária é de 20 horas, e os participantes receberão certificado de conclusão.

fonte: http://www.crea-go.org.br/


READ MORE - CURSO Perícia Judicial Ambiental - SINDUSCON-GO

Vegetação descontamina solos poluídos por metais

sexta-feira, 4 de julho de 2008


Por: Chris Bueno (Com Ciência)

20/05/2008

Usar a própria natureza para preservar o meio-ambiente. Este é o princípio básico da pesquisa realizada no Instituto de Geociências da USP, que utiliza vegetação nativa para despoluir solos contaminados por metais. Além de ser ecologicamente correta, a pesquisa ainda traz vantagens econômicas e sociais no combate à poluição por mercúrio, chumbo, níquel e outros metais em áreas industriais ou de mineração. O projeto utiliza uma técnica ainda pouco conhecida no Brasil, mas já em prática em países como Estados Unidos e Nova Zelândia.

A técnica utilizada na pesquisa é chamada de fitorremediação. "É um processo de engenharia ecológica que emprega a vegetação na remediação e reabilitação de ambientes contaminados", explica Fábio Netto Moreno, autor da pesquisa de pós-doutorado. O projeto utiliza dois modos de fitorremediação: a natural e a induzida. Na fitoextração natural, são plantadas no local contaminado espécies chamadas hiperacumuladoras, que possuem capacidade natural de capturar para si os elementos contaminantes. Essa vegetação remove os metais do solo e, com a colheita e o replantio, o solo é gradualmente descontaminado.

Já na fitoextração induzida são utilizadas plantas não-hiperacumuladoras, mas que possuem crescimento rápido e elevada produção de biomassa. Neste caso, são adicionados ao solo substâncias químicas que reagem com os metais presentes no solo, reduzindo sua toxidade e permitindo o desenvolvimento da vegetação no ambiente contaminado. Desta forma, a poluição é controlada, impedindo que desça até os lençóis freáticos ou que seja dispersada pelo vento, por exemplo.

Benefícios econômicos e sociais

A técnica possui forte apelo não apenas ecológico, mas também econômico e, especialmente, social. Além de ser um método com custo significativamente inferior a muitos outros processos convencionais de remediação, a fitorremediação oferece outras vantagens econômicas. Uma delas é a possibilidade de negociação dos créditos de carbono, pois a vegetação formada captura dióxido de carbono do ar e o fixa em sua estrutura. Também é possível reaproveitar, no caso dos metais, o material extraído do solo. Metais de valor, como o níquel, ficam retidos na estrutura da planta, e podem ser recuperados. Após a descontaminação da matéria vegetal, esta ainda pode ser utilizada como biocombustível em caldeiras.

Os benefícios sociais vêm justamente do reaproveitamento dos metais retirados do solo. Moreno explica que nos garimpos brasileiros o solo é contaminado por ouro e mercúrio, e a técnica pode ser aplicada para remover ambos os metais. "Como em muitas das áreas de garimpo existem famílias assentadas sobre rejeitos contaminados, a técnica poderia ser ’ensinada’ para que estas famílias pudessem elas mesmas remediar a área. Se o ouro recuperado da biomassa fosse vendido, então existiria estímulo suficiente para que a técnica fosse adotada em larga escala pela comunidade e cooperativas de garimpeiros. Com isso, fecha-se o triângulo da sustentabilidade com benefícios nas esferas sociais, ambientais e econômicas", diz.

Isso pode ser comprovado com as experiências realizadas nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. Os dois países adotaram a técnica para remediar solos poluídos com sucesso. Nos Estados Unidos, a fitorremediação já é utilizada comercialmente, movimentando cerca US$ 100 milhões anuais do mercado total de remediação do país. Na Nova Zelândia, onde o pesquisador da USP ajudou a desenvolver uma técnica da fitoextração induzida do ouro, a técnica está em expansão. "Em um projeto piloto, 100 hectares de mostarda foram plantados para recuperar ouro através da acumulação na biomassa aérea", conta. O ouro retirado do solo, através de tratamento adequado, pode ser reutilizado. "A idéia é recuperar o ouro da biomassa e vendê-lo para abater os custos do processo de remediação", afirma o pesquisador.

Apesar da comprovada eficiência da técnica, e de possuir condições adequadas para adotá-la, ela ainda não é utilizada no Brasil, e nem há previsão para sua aplicação aqui. “O Brasil possui espécies endêmicas hiperacumuladoras de níquel, cádmio e zinco, que poderiam ser utilizadas na remediação de solos contaminados por estes elementos. Do mesmo modo, também possui condições climáticas e de solo para utilizar plantas como, mostarda, o milho e o girassol na fitoextração induzida. No entanto, ainda não é praticada aqui”, diz Moreno. E justifica: “É preciso que indústrias de porte apostem na fitorremediação e invistam pesadamente em pesquisas nesta área". E é esta a próxima etapa da pesquisa: buscar recursos financeiros para realização de um experimento de campo com a fitoextração induzida ou natural em escala comercial.

Fonte: Notícias Com Ciência

READ MORE - Vegetação descontamina solos poluídos por metais

 
 
 

Receba nossas postagens

Receba os posts do Instituto 5 de Junho em seu e-mail!

Digite aqui seu e-mail:

Seguidores